Metodologia do Ensino de Ciências

MARCOS, Nélio V. Bizzo. A aproximação do estudante de magistério das aulas de ciências no 1º grau- Faculdade de Educação da USP.

Esta obra aborda um tema bem importante para a metodologia e prática do Ensino de ciências, mostrando a aproximação do estudante de magistério das aulas de ciências no 1º ciclo. Apresenta os objetivos e as vertentes do ensino de ciências para crianças.

Mostra que os alunos do curso de Pedagogia realizam estágios práticos em escolas públicas analisando o cotidiano escolar dentro desta disciplina. O relatório apresentado pelos estagiários mostra o quanto professores mais experientes e mais novos desacreditam de novas metodologias desconhecendo a importância do ensino de ciências para crianças, achando difícil organizar o trabalho nesta disciplina para as crianças e ainda se sentem inseguros no domínio dos conteúdos científicos.

Hoje o ensino de ciências não pode ser mais ignorado, pois possibilita a criança a pensar de modo coerente sobre o meio em que vive e ainda ajuda na resolução dos problemas. Os professores podem trabalhar ciências de maneira lúdica, levando as crianças aos fenômenos que acontecem no seu cotidiano.

O professor precisa compreender o significado do ensino de ciências e ainda definir e traçar metodologias para a realização de seu trabalho, pois muitas vezes o professor não é especialista nesta área, causando problema na atuação porque algumas vezes o conteúdo lhe escapa devido a sua formação de professor generalista.

Algumas vertentes tentam delimitar determinadas propostas práticas, mas carecem de formulação teórica sistematizada. As vertentes estão focadas no objeto de ensino e no sujeito de ensino.

A primeira vertente do ensino de ciências para crianças é a Semanticista onde o domínio do conhecimento científico seria precedido do correto domínio da terminologia própria da ciência, ou seja, a criança aprenderia o significado dos termos das ciências, mas a compreensão do conceito viria depois. Já a vertente Logicista está voltada para a formação de atitudes, acostumando a criança aos métodos próprios da ciência.

A vertente Historicista sugere que a apreensão da lógica interna do conhecimento científico só é possível através do resgate da trajetória da construção desse conhecimento pela humanidade, e a vertente Recapitulacionista diz que os estudos clássicos devem ser vistos para que possa recapitular o desenvolvimento intelectual humano. A criança deve vivencia-lo para compreender o conhecimento atual. Por último a vertente Investigativa em que a criança investiga o conteúdo trabalhado de forma espontânea e o professor estuda o modo de compreender o conteúdo.

                                    

Conclusão

Portanto é importante que nós educadores entendamos a real importância do ensino de ciências para as crianças, procurando sempre propostas metodológicas que nos ajudem a compreender o processo, pois não adianta estarmos bitolados apenas numa vertente de ensino, uma vez que a realidade em sala de aula está sempre sendo modificada. Precisamos nos qualificar a cada dia para enfrentarmos as dificuldades e continuamente tendo o cuidado de conciliar demandas tradicionais com práticas inovadoras.

A FUNÇÃO DO DOCENTE NA ATUALIDADE

A FUNÇÃO DO DOCENTE NA ATUALIDADE

PRISCILA BRAGA BRASILINO, Faculdade Kurios, 6º Período do Curso de Graduação- Licenciatura em Pedagogia.

Resumo

A educação brasileira sempre enfrentou muitos problemas e atualmente não é diferente, o sistema educacional não está atendendo as perspectivas da sociedade, fala-se de mudanças, mas até então projetos e programas já postos não resolveram ainda o grande índice de evasão e de analfabetismo no Brasil. Em meio a tantas dificuldades o docente tem um papel importante na formação de seus alunos, frente a este cenário o docente deve sempre refletir sobre sua contribuição para a formação do cidadão.

Palavra- chave: Educação, docente e cidadão.

1.      Introdução

Este artigo busca levantar questionamentos com relação à função do docente na atualidade, mostrando que o papel de cada professor vai muito além de transmitir determinados conhecimentos em algumas disciplinas da grade curricular.

A essência da razão de existir do professor é a educação tomada em seu sentido integral. Não há mais espaço para professores que trabalham apenas conteúdos específicos, aguardando que outro profissional ensine fundamentos de ética, solidariedade e verdade, pois esses valores e sua fixação são responsabilidade de todos (ANTUNES, 2002, p.108).

O professor é uma das peças mais importante no processo educativo, pois leva o aluno a reflexões de tudo vivenciado no dia a dia, estimulando-os a construir seus pensamentos, e mostrando-os valores éticos, políticos e filosóficos. Não há mais espaço para docentes que se conformam somente com as questões de sala de aula, não levando seus alunos a reflexão da vida em sociedade.

2.      O professor no processo ensino- aprendizagem

É no espaço de sala de aula que o professor e o aluno terão oportunidade de construir o conhecimento, um apoiando o outro, trocando experiências e criando um ambiente de análise da realidade.

Mas, para isso, o professor deve ter clareza de sua missão de educador, de agente facilitador do ensino-aprendizagem e de profissional responsável pelo sucesso de seus alunos fora da escola. É claro que o professor, por si só, não é capaz de transformar a realidade que ultrapassa a escola e tem suas origens no econômico e sociopolítico, mas sua competência como profissional da educação é, com certeza, um dos fatores de grande peso quando pensamos na melhoria da qualidade do ensino (MOISÉS, 1999).

O professor tem que ser consciente e comprometido para que haja ensino e aprendizagem, pois muitos acabam caindo na mesmice tornando suas aulas cansativas e repetitivas, é necessário que os professores criem espaços que venham está próximos da realidade de seus alunos, não adianta articular atividades sem estar interligadas com o contexto social dos educandos.

Deixando, assim para trás a lembrança de professores que ensinam exclusivamente as disciplinas da grade curricular, levando os educandos a adquirir algumas qualificações essenciais para a vida, como saber pensar, falar, ouvir, ver, analisar, criticar e principalmente ser capaz de tomar decisões (ANTUNES, 2002, p.47).

O professor deve procurar sempre aperfeiçoar suas metodologias para que seus objetivos traçados tornem-se reais, pois a aprendizagem do aluno só acontecerá se houver um empenho maior na execução do método, levando os alunos sempre a refletirem sobre o que estão discutindo, a aprendizagem é recíproca, o professor também aprende com os seus alunos.   

3.      A educação no Brasil

No Brasil, a educação apresenta vários problemas e dificuldades, uma vez que o investimento por parte do governo no setor educacional nunca foi considerado suficiente, além disso, existem poucas políticas sociais de integração que conscientizam os estudantes sobre a importância da educação em suas vidas, ficando essa tarefa na mão dos educadores (LUETKE, 2004, p.23).

Percebemos que existem muitos educadores que não fazem seu trabalho com eficiência porque culpam o governo, por não disponibilizarem recursos para os investimentos em educação. Mas educador consciente do seu papel mesmo em meio às crises acredita que a educação pode melhorar e cumprem sua função independente do que o outro educador ou o governo estão fazendo, pois estão ali para lutar por uma sociedade melhor, onde o homem pode crescer por meio da educação.

Sabemos que estes agravantes dificultam o trabalho do docente, as desigualdades sociais, as injustiças, a violência, a falta de reconhecimento da profissão, os salários defasados, a falta de recursos que deixam a desejar. Tudo isto é grave e aquele docente que não é consciente de sua função desiste de lutar pelo o ideal de uma sociedade onde tudo começa na educação.

De acordo com POMBO 2001, P. 81 estes professores já estão muito desgastados e sofridos que se limitam apenas em transmitir os conteúdos específicos.

Para que o professor cumpra realmente com sua função, é fundamental que ele torne o aluno bem próximo do processo pedagógico, mostrando que o conhecimento não está pronto, é uma construção em que professores e alunos pensam, criam e são capazes de gerar mudanças na sociedade.

  

4.      Considerações Finais

Em meio a esta realidade onde há um alto índice de evasão, de analfabetismo, onde os programas e projetos criados pelo governo não estão ainda adequados com a realidade da sociedade brasileira o docente não pode desistir de exercer sua função com eficiência, pois ele é fundamental para que haja o processo de ensino- aprendizagem na atualidade.

O elo entre professor e aluno ainda é o cordão umbilical que transforma a realidade de uma sociedade desigual, numa sociedade cheia de esperança em busca de melhorias, onde tudo pode começar dentro de uma sala de aula, formando seres pensantes capazes de transformar sua realidade.

Para que isto aconteça, ressaltamos que o professor não é um mero transmissor de conteúdos, mas aquele que leva os seus alunos a uma visão critica, refletindo sempre sobre suas ações.

Portanto é necessário que cada docente seja consciente na realização de suas funções, lutando sempre por uma sociedade melhor, não desistindo de sua profissão mesmo em meio a tantas dificuldades e crises vivenciadas atualmente, pois o educador sozinho não poderá mudar toda esta realidade, mas será um grande contribuinte para um ensino de qualidade e para a formação do cidadão.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar. Novas maneiras de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002.

LUETKE, Rogelio Paulino. Professor educador para a cidadania:

Estudo de caso da escola técnica Tupy. Joinville: Universidade do Estado de Santa Catarina, 2004.

MOISÉS, Lúcia Maria. O desafio de saber ensinar. 4ª Ed. Campinas/SP: Papirus, 1999.

POMBO, Olga. Quatro textos excêntricos. Filosofia da educação (Hannah Arendt, Eric Weil, Bertrand Russell e Ortega Y Gasset, seleção, tradução e prefácio). Lisboa: Relógio D´agua, 2000.